Bolsonaro fala em pagar quatro parcelas de R$ 250 na nova rodada do auxílio emergencial
26 de fevereiro de 2021Presidente já tinha citado 'três ou quatro parcelas', mas ainda não havia declarado valor. Pagamento pode voltar em março, mas ainda está sendo debatido com Câmara e Senado, afirmou
Jair Bolsonaro – Foto:Divulgação
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, quinta-feira (25), que o governo estuda pagar quatro parcelas de R$ 250 na nova rodada do auxílio emergencial. Segundo Bolsonaro, o benefício pode ser retomado em março. O retorno do auxílio emergencial é debatido pelo governo desde dezembro, quando foi paga a última parcela. A retomada também é defendida pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O formato dos novos pagamentos ainda não foi anunciado oficialmente.
“Eu estive hoje com o (ministro da Economia) Paulo Guedes. A princípio, né, o que deve ser feito? A partir de março, por quatro meses, é 250 reais de auxílio emergencial. Então é isso que está sendo disponibilizado”, afirmou Bolsonaro durante transmissão ao vivo em uma rede social.
Bolsonaro já havia falado em etender o auxílio emergencial por “três ou quatro meses”, mas ainda não havia comentado o valor da nova rodada – vinha apenas repetindo que seria impossível retomar o patamar de R$ 600 registrado no início do programa.
Na transmissão desta quinta, o presidente não informou de onde virão os recursos para custear essa nova rodada de benefícios, nem como esse gasto será encaixado no orçamento e nas metas fiscais de 2021.
Apesar de citar as quatro parcelas de R$ 250, o presidente disse que o assunto ainda está sendo discutido com a equipe econômica e com Lira e Pacheco. Bolsonaro não informou data para bater o martelo sobre o tema.
“Está sendo conversado ainda com, em especial, os presidentes da Câmara e do Senado. Porque a gente tem que ter certeza do que nós acertamos, vai ser em conjunto, não vai ser só eu e a equipe econômica, vai junto com o Legislativo também, [para que] na ponta da linha aquilo seja honrado por todos nós” disse Bolsonaro.
No último dia 11, o blog do G1 da jornalista Ana Flor adiantou que o governo estudava pagar o auxílio por mais quatro meses com R$ 250 por parcela. No mesmo dia, o ministro Paulo Guedes afirmou em live que o governo poderia começar com R$ 250 e depois "aterrissar" em R$ 200 nas parcelas finais.
Nesta quinta, Bolsonaro disse acreditar que a capacidade de endividamento do governo está no limite e que espera que após a nova rodada de pagamentos do auxílio emergencial a “economia pegue de vez, pegue para valer”.
Problema orçamentário
O Congresso Nacional analisa a inclusão, no texto da proposta de Emenda à Constituição (PEC) chamada de PEC Emergencial, de um dispositivo que retira os custos do auxílio emergencial das restrições do teto de gastos e da regra de ouro.
O teto de gastos impede que os gastos do governo cresçam mais que a inflação do período anterior. Já a regra de ouro define que o governo não pode fazer dívidas – emitir títulos, por exemplo – para custear despesas como salários, benefícios de aposentadoria, contas de luz e outros custeios da máquina pública.
O ministro Paulo Guedes tem defendido, porém, que a retomada do programa deve vir acompanhada de corte de gastos para evitar a piora nas contas públicas. Sem contrapartida, o auxílio amplia o rombo nas contas públicas, o que pode afetar a confiança de investidores no país.
Nesta quinta-feira (25), em uma derrota para o governo, o Senado encerrou a sessão sem que o relator da PEC, Márcio Bittar (MDB-AC), lesse seu parecer sobre a proposta. O governo esperava a leitura e a aprovação do texto ainda esta semana.
Valedoitaúnas/Informações G1