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Bolsonaro fala em corte de até R$ 17 bilhões para atender funcionalismo

20 de maio de 2022

Presidente incluiu na conta o custo de reajuste de 5% para servidores, mas ressaltou que o "martelo não está batido"

Bolsonaro fala em corte de até R$ 17 bilhões para atender funcionalismoPresidente Jair Bolsonaro – Foto: Redação 1Bilhão

O presidente Jair Bolsonaro disse nessa quinta-feira (19) que há possibilidade de corte de até R$ 17 bilhões no orçamento dos ministérios para atender as despesas extras do governo, incluindo precatórios e plano safra. Bolsonaro não detalhou a conta. O corte do orçamento deve ser anunciado nesta sexta-feira (20).

Na conta, o presidente disse que considerou um reajuste de 5% para os servidores, que, segundo o chefe do Executivo, equivaleria a R$ 7 bilhões aos cofres do governo neste ano. Bolsonaro disse, no entanto, que o martelo não está batido.

"Entre precatórios, plano safra e abono, mais de R$ 10 bilhões. De onde virá esse dinheiro? Do orçamento. O que nós somos obrigados a fazer? Chegar nos ministérios e cortar R$ 10 bilhões de reais. E mais ainda, a gente se esforça pra dar um reajuste, que eu sei que é pequeno, para os servidores. Uma sugestão, não está batido o martelo, deixar bem claro, de 5%. Isso equivale a mais cortes de, no mínimo, R$ 7 bilhões".

Minutos depois, Bolsonaro completou:

"Gostaria de poder atender a todos, mas como disse, o orçamento é pequeno. Agora, em dando 5%, vão ser R$ 17 bilhões de reais numa total discricionária na casa de R$ 90 bilhões".

Segundo o presidente, há um "impasse" com outras categorias devido a possibilidade de um reajuste diferenciado para os policiais rodoviários federais e os agentes do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Bolsonaro afirmou que pedirá uma reunião da equipe do governo com os presidentes dos sindicatos para chegar em um acordo. Segundo fontes do governo, Bolsonaro ainda estaria tentando formas de dar um aumento maior que os 5% aos servidores ligados á área de segurança:

"Tenho várias propostas, por exemplo, atender ali, não vou dizer que vai acontecer, atender ali o policial rodoviário federal para chegar no mesmo nível do agente da polícia federal. Bem como o pessoal do Depen, que tá ganhando bem lá embaixo e mexe com gente de altíssima periculosidade. A ideia é dar 50%. E aí é que vem o problema, é o que pode ser feito agora", afirmou o presidente, afirmando que outras categorias poderiam exigir o mesmo.

"Várias outras categorias…. sei la, se for dar 10% para o policial rodoviário federal e 30% para o pessoal do Depen, eu também quero 30%, se não eu paro o Brasil. Esse é o impasse que está acontecendo. Não tem recurso", disse Bolsonaro.

Em outro momento, afirmou:

"Vou pedir pro nosso pessoal se encontrar com presidentes de sindicatos e chegar numa cordo. É 5% pra todo mundo. Não atende a PRF, para evitar que entre em greve, é triste falar isso aí, né, gente que ganha no teto e quer mais reajuste. Se eu tivesse mais recurso eu daria, mas a proposta nossa, no momento, não tem como ir além", disse, se referindo aos 5%. "Se alguém me arranjar, me disser de onde eu tiro recurso, eu dou 10%, 15%, 20% sem problema nenhum. Mas eu estou no limite aqui".

Bolsonaro, então, passa a falar em cortes no orçamento dos ministérios para arcar com os novos gastos:

"O Tarcísio, por exemplo, tinha R$ 8 bilhões lá, vai ser cortado também, vai deixar de fazer obra para atender 5%. Vai cortar na saúde, vai vir pancada em cima de mim, para poder atender os 5%. Vai cortar na educação, vai cortar todo mundo, os ministérios vão perder essas verbas chamadas discricionárias para movimentar os ministérios para investimento".

Valedoitaúnas (iG)



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