Bolsonaro chama Valdemar de chefe e diz a aliados: “EUA é o Estado brasileiro que deu certo”
30 de março de 2023Ex-presidente Bolsonaro fez uma breve fala a convidados no evento do PL, em Brasília, e defendeu o sonho de adotar ações dos EUA
Ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Breno Esaki/Metrópoles
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou, no primeiro pronunciamento após o retorno ao Brasil, nesta quinta-feira (30), que os Estados Unidos (EUA) são o “Estado brasileiro que deu certo”. Bolsonaro desembarcou na capital federal na manhã desta quinta, após passar três meses em território norte-americano. Em breve fala a parlamentares que estão reunidos em evento organizado pelo Partido Liberal (PL), em Brasília, ele chamou Valdemar Costa Neto, presidente do partido, de “chefe”.
Bolsonaro defendeu que o período na América do Norte permitiu que ele tivesse, de lá, teve “uma visão melhor do nosso país do lado de fora”.
“Eu estava em um estado republicano, é um sonho nosso seguir esse estado n0rte-americano em muita coisa de bom que tem lá, a grande maioria das ações são benéficas. Lá é o Estado brasileiro que deu certo, tudo lá é aquilo que queremos implementar aqui também”, declarou Bolsonaro.
Bolsonaro vai até a entrada do Brasil 21 para falar com apoiadores – Foto: Breno Esaki/Metrópoles
“Tudo lá é o que queremos implementar aqui também: a liberdade de expressão, propriedade privada, a questão da criminalidade, o legítimo direito à defesa. O que é mais importante? É liberdade para trabalhar, se expressar. Não o Estado que incha para fazê-lo crescer”, continuou.
O Brasil 21, local do evento de recepção ao ex-presidente, foi tomado por apoiadores. A cerimônia com o capitão reformado, no entanto, foi fechada a convidados, a maioria, parlamentares. Sem a participação de apoiadores e da imprensa.
“Pouca criminalidade, é o povo em sua liberdade, e não um estado que inchar para querer fazê-lo crescer, não dá certo”, prosseguiu. “Queremos que o nosso parlamento produza felicidade pra nossa população. Tenho certeza, ninguém tem o que nós temos pelo mundo todo, e podemos fazer uma análise sobre isso. Falta pouco pra nós sermos felizes”, emendou.
Cargo no PL
Na próxima semana, o ex-titular do Planalto assumirá formalmente a função de “presidente de honra” do PL e deverá despachar de seu escritório. Espera-se que ele tire os próximos dias para “descansar” e, antes de assumir o novo cargo, tenha encontros privados com líderes.
No pronunciamento Bolsonaro revelou ainda que pretende liderar a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): “Agora a bola está com vocês, mostrando a esse pessoal que por pouco tempo estão no poder, eles não vão fazer o que bem quer do futuro da nossa nação”, prometeu.
Ele também revelou um plano ambicioso do partido. “É com grande prazer que retorno, volto como presidente [de honra] do PL, o nosso chefe Valdemar [Costa Neto], presidente do partido, tem uma tremenda responsabilidade também. Porque o PL, juntamente com o PP, vai colaborar para que a gente consiga fazer 60% das prefeituras do Brasil”.
Evento do partido
O ex-presidente Jair Bolsonaro desembarcou no Aeroporto Internacional de Brasília, por volta das 7h da manhã, e seguiu sem falar com apoiadores até evento fechado nesta quinta-feira (30) na sede do Partido Liberal, em Brasília, organizado por aliados e dirigentes da sigla.
A recepção terá a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do presidente nacional da legenda Valdemar Costa Neto e do ex-ministro Walter Braga Netto.
O partido não prevê discurso ou evento público durante o restante do dia. Contudo, Bolsonaro fez uma breve fala aos presentes no local. Conforme apurou o Metrópoles, o presidente Valdemar e Michelle devem fazer considerações à volta do ex-chefe do Executivo aos presentes.
Bolsonaro saiu do Brasil no dia 30 de dezembro do ano passado, às vésperas da cerimônia de posse de Lula, sem, portanto, passar a faixa presidencial para o sucessor. Ele chegou aos EUA na noite daquele dia. Dias antes, havia anunciado que viajaria para Orlando e lá passaria por um “período sabático”, com o fim do mandato.
O ex-chefe do Executivo retorna ao país com um cenário judicial complexo a encarar. É investigado pelo caso das joias sauditas, por suposta incitação aos atos golpistas de 8 de janeiro e alvo de 16 ações que podem torná-lo inelegível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
(Fonte: Metrópoles)