Bispo preso no DF fazia sexo com vítimas para “tirar maldição”
20 de fevereiro de 2020Foto: Reprodução/Redes Sociais
O bispo de oito igrejas evangélicas suspeito de estuprar fiéis no Distrito Federal e Entorno fazia sexo com as vítimas alegando que o ato era necessário para “tirar a maldição”. Após penetrar em adolescentes e mulheres, João Batista dos Santos (foto em destaque), 40 anos, dizia que subiria em um monte para se livrar da carga espiritual adquirida durante a relação.
O líder religioso foi detido na madrugada de quarta-feira (19), no Aeroporto Internacional de Brasília, ao desembarcar de um voo que vinha de Foz do Iguaçu, no Paraná. Ele é acusado de violentar mulheres no Gama, Recanto das Emas, em Cristalina e Goiânia.
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), uma vítima de 13 anos teria procurado o líder religioso, em 2017, para pedir conselhos sobre sua orientação sexual. O abusador, então, respondeu indicando um “tratamento” que consistia em passar o que ele dizia ser óleo ungido nas partes íntimas da menina.
“Ele disse que poderia ajudar e foi aí que aconteceu o primeiro abuso, que passou a ser reiterado. Posteriormente, descobrimos que ele já tinha outras ocorrências no nome dele com o mesmo modus operandi”, contou Pablo Aguiar, delegado chefe da 27ª DP.
De acordo com investigadores, o bispo evangélico buscava a garota em casa e falava aos pais dela que ela o ajudaria a resolver algumas questões relacionadas ao culto. Quando se certificava que estavam sozinhos, a despia e praticava o estupro.
João Batista ainda teria pedido para que a adolescente lhe enviasse fotos nuas, pois precisava das imagens para orar por ela no monte. A vítima desenvolveu síndrome do pânico e, no meio do tratamento, contou ao profissional e aos pais, já em 2019, a violência sexual sofrida.
Apesar de as investigações relacionadas aos quatro casos serem dadas como encerradas, o chefe da unidade policial pede que novas vítimas não hesitem em procurar a delegacia para denunciar.
Outros quatro abusos
Contra o bispo há registro de outros quatro abusos. O primeiro é datado de 2013. “Ele chegou a ser condenado por estupro de vulnerável, mas estava recorrendo em liberdade”, afirma o delegado.
Os outros casos são de 2014, 2016 e 2017. No de 2014, em um processo no DF aberto para investigar supostos abusos contra uma jovem de 21 anos e uma adolescente de 15, ele foi absolvido. O mesmo ocorreu em 2017, quando acabou isento em um processo registrado na 14ª DP (Gama) que apurava denúncia de estupro de duas garotas: uma de 16 e a outra de 17 anos.
Já no de 2016 acabou condenado por violação sexual mediante fraude contra uma mulher de 19 anos. “Esse bispo diz ser presidente de oito igrejas, mas conseguimos confirmar apenas quatro: Recanto, Gama, Cristalina e Goiânia. Acreditamos que ele possa ter feito muito mais vítimas em cada uma delas”, analisa o delegado-chefe da 27ª DP (Recanto das Emas), Pablo Aguiar.
Valedoitaunas/Informações do Metrópoles