Biden inicia mandato revertendo decisões do governo Trump
20 de janeiro de 2021Presidente assinou decretos recolocando o país no Acordo de Paris e na OMS, tomando medidas contra covid-19, entre outros
Joe Biden assinou 17 decretos em seu primeiro dia de mandato – Foto: Jim Lo Scalzo/EFE - 20.1.2021
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou nesta quarta-feira (20) decretos executivos para recolocar o país ao Acordo de Paris sobre Mudança Climática e impedi-lo de deixar a Organização Mundial da Saúde (OMS), revertendo duas das medidas mais controversas de seu antecessor, Donald Trump.
No Salão Oval da Casa Branca e usando uma máscara para proteção contra a covid-19, Biden assinou diante de câmeras seus primeiros 17 decretos: entre eles, um para ordenar aos americanos que usem máscara em todos os edifícios federais, outro para ajudar comunidades marginalizadas, e o terceiro para recolocar os EUA no Acordo de Paris.
"Esta terceira que vou assinar enquanto todos vocês estão aqui é um compromisso de que vamos nos reintegrar ao Acordo Climático de Paris a partir de hoje", disse Biden aos jornalistas presentes.
Esse decreto serve para reafirmar o compromisso de Washington com o Acordo de Paris, do qual os Estados Unidos se retiraram oficialmente em 4 de novembro do ano passado, apenas um dia após a eleição presidencial e em meio à incerteza sobre se o vencedor havia sido Biden ou Trump.
O anúncio da retirada dos EUA do Acordo de Paris foi feito em junho de 2017 por Trump, em cujo mandato também anulou dezenas de regulamentações ambientais e sempre se mostrou ao lado do setor de combustíveis fósseis.
Pilha de decretos
Biden apareceu hoje no Salão Oval com uma pilha de arquivos azuis que, segundo ele, continham os 17 decretos executivos que ele planejava assinar. Entre as medidas, ele suspendeu a construção do muro na fronteira com o México, ampliou prazos para moratória de despejos e pagamentos de empréstimos estudantis e extinguiu um veto para a entrada de cidadãos de diversos países, a maioria deles muçulmanos.
Entre as medidas estava, como sua equipe já havia previsto, uma ordem para evitar a saída do país da OMS, um processo iniciado por Trump em julho do ano passado e que deveria entrar em vigor um ano depois, no mesmo mês de 2021.
Além disso, em abril do ano passado, Trump congelou temporariamente o repasse de recursos que os EUA fornecem à OMS, acusando a agência de ser "parcial" em favor da China e de ter administrado mal a crise da covid-19.
Durante a campanha eleitoral, Biden defendeu a necessidade de ouvir cientistas e especialistas da OMS para conter a pandemia, além de ter enfatizado a importância de usar máscaras e aumentar a capacidade dos EUA de vacinar a população contra o vírus.
Entretanto, Biden tem poder limitado para lidar com a pandemia, já que os governadores estaduais têm a maior autoridade na área da saúde.
Valedoitaúnas/Informações R7