Bebê é morta pelos pais em ritual de magia para 'oferenda ao diabo', no ES, diz a polícia
06 de agosto de 2024Criança de apenas três meses de vida foi morta no dia 22 de julho. Casal foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil
Delegacia Regional de Barra de São Francisco – Foto: Polícia Civil/Divulgação
Os pais de uma bebê de três meses foram indiciados por homicídio triplamente qualificado devido à morte da filha, em Barra de Francisco, no Noroeste do Espírito Santo. De acordo com a Polícia Civil, o homem, de 21 anos, e a adolescente, de 17 anos, mataram a criança asfixiada com o objetivo de praticar um ritual de magia em "oferenda ao diabo".
"No desenrolar das investigações, ficou demonstrado que os pais da criança a asfixiaram com o objetivo de praticar um ritual de magia, em que sacrificaram o bebê como oferenda ao diabo", explicou o adjunto da Delegacia Regional de Barra de São Francisco, delegado Daniel Azevedo.
O crime aconteceu no dia 22 de julho e, segundo o delegado, o casal foi preso no mesmo dia por apresentar versões diferentes sobre a morte da criança.
Segundo a polícia, o pai da criança foi indiciado por homicídio triplamente qualificado cometido por motivo torpe, asfixia e contra menor de 14 anos. Já a mãe, foi indiciada por ato infracional análogo aos mesmos crimes. Os dois continuam detidos.
Investigações
Segundo o delegado, uma testemunha disse à polícia que a mãe ligou para ela momentos antes dizendo que iria sacrificar a criança.
"Um tempo depois, ela telefonou novamente informando que havia concretizado o crime”, acrescentou Daniel.
Com a conclusão, o inquérito policial foi relatado ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que decidirá se oferece denúncia ou não durante a ação penal.
Ainda segundo o delegado, todas as provas coletadas estão de acordo com as informações e depoimentos dados pelas testemunhas e pelas pessoas envolvidas, o que comprova os fatos.
Pais deram versões diferentes
Segundo a polícia, os pais da menina deram versões diferentes sobre a morte da bebê.
Aos policiais, a adolescente disse que na noite do dia 21 de julho, após chegar da igreja, teve uma discussão porque o companheiro teria ido para casa sem a esperar. Devido à briga, ela disse que não queria dormir com o jovem e estendeu um cobertor no chão do quarto do casal, onde teria dormido com o bebê.
Por volta da meia-noite, devido ao frio, ela disse que se levantou, agasalhou a filha e a colocou na cama onde deitou com o companheiro. Por volta das 6h30, a adolescente relatou que acordou e se levantou. Ainda conforme a versão da adolescente aos policiais, ela ligou para um taxista querendo saber o valor do serviço para levá-la à cidade de Teixeira de Freitas, na Bahia. Em seguida, foi ao quarto onde o homem já estava acordado, e a filha, dormindo.
A menor contou que foi acordar a bebê e viu que a cabeça dela estava com edema e o nariz escorrendo sangue. Ela teria chamado o companheiro, que gritou pela vizinha — que é proprietária do imóvel e reside na parte térrea do imóvel.
Versão do pai
Já o pai afirmou que após chegar da igreja discutiu com a adolescente devido ao ciúme dela. Após a briga, a companheira foi dormir no chão do quarto com a criança, e ele teria ficado monitorando as duas.
Passado um tempo, o homem disse que teria chamado a menor de idade para deitar na cama com a filha porque estava muito frio e a bebê estava chorando. Por volta das 6h, ele acordou e viu que a adolescente estava deitada na cama sobre a filha, mexendo no celular.
De acordo com a versão do homem, ele tirou a companheira de cima da filha, correu para abrir o portão e pedir socorro. Ele disse que embora a menina tivesse o costume de acordar constantemente durante a madrugada, não escutou a filha chorar naquela noite. Ele contou ainda que a companheira entregou a bebê à vizinha para ajudar a socorrê-la.
A vizinha teria dito que a menina, aparentemente, não estava respirando e a colocou sobre a calçada após perceber que a bebê estava com o rosto arroxeado e com secreção no nariz.
Diante das divergências das versões apresentadas, o casal acabou preso. A Polícia Civil do Espírito Santo informou que a adolescente está internada na Unidade Feminina de Internação (UFI), mas não disse onde o homem está detido.
(Fonte: g1 ES)