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Balança comercial no ES tem superávit de 48 milhões de dólares em março

09 de maio de 2025

Resultado indica crescimento de 123,44% em relação a fevereiro e de 116,28% na comparação com março de 2024. Principal produto exportado foi o minério de ferro

Balança comercial no ES tem superávit de 48 milhões de dólares em marçoFoto: Pexels

O comércio exterior capixaba voltou a crescer em março, a balança comercial do Espírito Santo teve um superávit de 48 milhões de dólares, registrando um crescimento de 123,44% em relação a fevereiro e de 116,28% na comparação com março de 2024. A movimentação total do estado chegou a 1,715 bilhão de dólares, um avanço de 19,52% ao ser comparada com fevereiro. Além disso, as exportações (882,21 milhões de dólares) foram 43,67% maiores e as importações (833,58 milhões de dólares), 1,47% mais altas que no mês anterior.

As análises são do Connect Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo), com base nos dados do Comex Stat, sistema oficial para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens.

O coordenador de pesquisa do Observatório do Comércio, o Connect Fecomércio-ES, André Spalenza, explicou que o crescimento da balança comercial se deve à alta nas exportações capixabas. Na comparação entre março de 2025 e o mesmo mês de 2024, também houve aumento de 5,88%, ao passarem de 833,22 milhões de dólares para 882 milhões. Já as importações caíram, reduzindo de 1,131 bilhão de dólares em março de 2024 para 833,58 milhões de dólares no mesmo mês deste ano, representando uma queda de 26,36%.

O principal destaque das exportações capixabas foi o minério de ferro e seus concentrados, que representaram 29,32% do total dos produtos. Esse percentual representa 258,65 milhões de dólares de volume exportado. A celulose ocupou a segunda posição, avançando na pauta exportadora, com uma movimentação de 129,42 milhões de dólares. O café não torrado, que ocupou a segunda colocação por vários meses seguidos, passou para a quinta posição, com um volume exportado de 89 milhões de dólares. Os produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço ficaram em terceiro no ranking, com 11,01% das exportações, o que movimentou 90,6 milhões de dólares.

“Ao analisar o minério de ferro, observa-se um aumento significativo na demanda pelos Estados Unidos (passando de cerca de US$ 20 milhões para US$ 65 milhões), provavelmente com o país antecipando importações antes da vigência de novas tarifas. O mesmo aconteceu com Trinidad e Tobago, que passou de US$ 8 milhões para US$ 30 milhões. Houve também registro de novos clientes do minério capixaba em março com compras significativas pela Coreia do Sul, em torno de US$ 45 milhões, e pelo Catar, demandando US$ 23 milhões”, observou André Spalenza.

Em relação à celulose, segundo produto mais exportado pelo Espírito Santo, houve aumento significativo da demanda dos Estados Unidos – passando de US$ 12 milhões em fevereiro para US$ 72 milhões em março) – e da China, subindo de US$ 5 milhões para US$ 19 milhões.

Já quanto aos itens importados, os primeiros a se destacarem foram veículos de passageiros, que somaram 162,9 milhões de dólares, representando 19,54% do total de importação. Aeronaves e outros equipamentos alcançaram o segundo lugar no ranking ao totalizar 137,7 milhões de dólares (16,53%). Além deles, veículos para transporte de mercadorias e usos especiais somaram 130,3 milhões de dólares (15,64%), sendo o terceiro produto mais importado.

Ao avaliar os municípios capixabas, o destaque das exportações foi Aracruz, responsável por 19% (US$ 169 milhões) do total. Em seguida, Vitória, com 18% (US$ 165 milhões), e Anchieta, com 17% (US$ 151 milhões). Pelo lado das importações, as cidades que chamaram a atenção foram Cariacica, responsável por 45% das movimentações (US$ 375 milhões), e Vitória, por 26% (US$ 216 milhões).

Valores dos produtos capixabas

Em relação ao valor dos produtos capixabas comercializados no exterior, houve uma nova alta os termos de troca capixabas, que indicam a relação entre os preços de exportação e importação, aumentaram 10,2% em comparação a março do ano passado, chegando a 104,04 pontos – acima de 100 significa que o preço das exportações subiu mais que o das importações, representando uma situação mais favorável para o Espírito Santo. O resultado foi o terceiro melhor entre os estados brasileiros.

“Esses termos são influenciados pela demanda global, custos de produção, taxa de câmbio e acordos de pagamento. Se os preços dos produtos exportados aumentam em relação aos importados, a relação de troca melhora, o que é vantajoso para o exportador. Com o ganho de poder de compra sobre os produtos importados, há o fortalecimento da economia e uma maior competitividade internacional”, detalhou o coordenador do Connect Fecomércio-ES.



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