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Avião que decolou de Teerã com destino a Kiev, na Ucrânia, caiu e matou os 176 a bordo

09 de janeiro de 2020

Avião que decolou de Teerã com destino a Kiev, na Ucrânia, caiu e matou os 176 a bordo

O Boeing 737 da Ukraine International Airlines pegou fogo antes da queda ontem (8), seis minutos após decolar do Aeroporto Internacional de Teerã com destino a Kiev, matando as 176 pessoas a bordo. As novas informações foram reveladas hoje (9) em um comunicado da Aviação Civil iraniana.

Os investigadores iranianos citam testemunhas que estavam em solo e em um outro avião que sobrevoava a mesma zona do Boeing ucraniano, mas em altitude superior. Segundo esses relatos, o aparelho já estava em chamas antes de cair em Chahriar, no sudoeste de Teerã. “Um incêndio foi observado na aeronave e aumentou rapidamente”, reitera o relatório preliminar.

O documento também aponta que a última inspeção do Boeing 737 foi realizada na última segunda-feira (6). Segundo o relatório, o aparelho teve um problema técnico momentos após a decolagem e começou a retornar ao aeroporto antes da queda.

No entanto, os investigadores não revelam a natureza da falha encontrada. De acordo com uma fonte próxima dos serviços de segurança do Canadá, a principal suspeita é que o motor do avião tenha superaquecido. Nenhuma comunicação por rádio foi realizada pelo piloto e a aeronave desapareceu dos radares quando estava a oito mil pés de altitude (cerca de 2.500 metros).

176 mortos

O voo PS752 da Ukraine International Airlines decolou às 6h10 de quarta-feira (8) (23h40 de terça-feira no horário de Brasília) do aeroporto Imã Khomeini, em Teerã, com destino ao aeroporto Boryspyl de Kiev. O Boeing 737 transportava 176 pessoas: 82 iranianos, 63 canadenses, dez suecos, quatro afegãos e três britânicos. Outros 11 eram ucranianos, incluindo os nove tripulantes. Ao menos trinta vítimas eram da região de Edmonton, Canadá, que acolhe uma importante diáspora iraniana.

Segundo a lista de passageiros, pelo menos 25 tinham menos de 18 anos. Treze deles eram estudantes da Universidade Sharif, em Teerã, uma das mais prestigiadas do país, segundo a agência Isna.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, pediu uma “investigação profunda”. Já o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, interrompeu suas férias em Omã para retornar à Kiev, ordenou uma investigação e anunciou a inspeção de “toda frota aérea civil ucraniana”, independentemente da causa do acidente.

Tensão entre EUA e Irã

O acidente com o avião da Ukraine International Airlines ocorre em um momento em que o Oriente Médio atravessa um sério período de tensão com os Estados Unidos e logo após Teerã disparar mísseis contra as forças americanas no Iraque, em retaliação ao assassinato do general iraniano Qassim Suleimani. No entanto, até o momento, nada indica que esses eventos estejam relacionados. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, advertiu para o risco de qualquer “especulação”.

O aiatolá Ali Khamenei, o guia supremo iraniano, transmitiu no Twitter suas “sinceras condolências” às famílias das vítimas deste acidente “desastroso”. A embaixada ucraniana no Irã emitiu um comunicado no qual menciona uma “pane em um motor da aeronave, devido a razões técnicas”, e dizendo excluir “a tese de um ataque terrorista”.

Imagens amadoras veiculadas pela mídia estatal iraniana mostram o Boeing em chamas perdendo altitude e explodindo com o impacto no solo. Especialistas em aviação descartam a possibilidade de que o aparelho tenha sido abatido. “O avião estava subindo (...) na direção certa, o que significa que algo catastrófico aconteceu”, mas não “uma bomba, ou pane catastrófica”, observou Stephen Wright, professor da Universidade de Tempere, na Finlândia.

Boeing afirmou em comunicado indicando que está “disposta a ajudar por todos os meios necessários”. As duas caixas-pretas foram encontradas, mas, segundo a Aviação Civil iraniana, elas não serão enviadas a Washington. Apenas alguns países, incluindo Estados Unidos, Alemanha ou França, têm capacidade técnica para analisar caixas-pretas.

Sem citar o Irã diretamente, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, pediu uma “cooperação total com toda a investigação e as causas” do acidente. A Boeing também indicou que está “disposta a ajudar por todos os meios necessários”.

Valedoitaunas/Com informações do UOL

Foto: WANA NEWS AGENCY



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