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Autoridades e especialistas debatem sobre projeto de fixação da foz do rio Cricaré, em Conceição da Barra, no ES

27 de setembro de 2021

Foz do Rio Cricaré, em Conceição da Barra Foz do rio Cricaré, em Conceição da Barra (ES) Foto: Divulgação

Vários pontos foram abordados na live sobre a fixação da foz do rio Cricaré, em Conceição da Barra, Norte do Espírito Santo, na tarde desta segunda-feira (27), quando autoridades e especialistas de diversos segmentos discutiram sobre o projeto. O debate foi promovido pelo Departamento de Edificações e Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) com apoio da Assembleia Legislativa do Estado e a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

O diretor-presidente do DER-ES, Luiz Cesar Maretto, fez a abertura do debate, que tratou de pontos como a dessalinização da água potável nos pontos de captação – pois está chegando salgada nas torneiras dos moradores de São Mateus, principalmente –, e também da possibilidade da realização de passeios para visualização de baleias jubarte, futuramente.

Tudo isso – e muito mais – é possível com a fixação da foz do rio Cricaré, segundo os debatedores, que citaram ainda a melhoria da entrada e saída das embarcações, no que eles chamam de “boca da barra”, mais segurança para a navegação de forma geral, a possibilidade de instalação de novos estaleiros para reforma de pequenas embarcações e, é claro, a abertura de novos empregos e a geração de renda para o município de Conceição da Barra.

O deputado estadual Freitas destacou a valorização da economia local e o melhor monitoramento da qualidade da água do rio após a fixação da foz do Cricaré.

“Estamos colhendo as demandas que o povo nos apresenta e uma delas, o assoreamento e impacto ambiental que está acontecendo na região. Isso traz até hoje, na fauna e flora do rio, um impacto muito grande. Depois, veio o impacto econômico nas cidades. Antigamente havia três frigoríficos que geravam emprego e renda, sem contar que o turismo de Conceição da Barra era muito forte também”, pontuou Freitas.

Representante da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), a bióloga e Mestre em Biociência e Biotecnologia, Márcia Pereira D’Isep, disse que o projeto é muito importante para trazer melhoria no desenvolvimento econômico e na qualidade de vida da população. “Com a fixação da foz, os moradores vão receber uma água de melhor qualidade para o seu consumo”, disse ela.

O subsecretário de Estado de Integração e de Desenvolvimento Regional e Presidente do Conselho Estadual de Desenvolvimento Sustentável do Estado, Paulo Meneguelli, disse que a fixação da foz do rio Cricaré vai trazer prosperidade para os moradores da região.

“Essas perdas nos incomodam muito e precisamos solucionar esse impacto e voltar a fomentar esse turismo, explorar essas belezas, enfim, queremos voltar com o índice de prosperidade dos moradores das cidades da região”, concluiu Meneguelli, acrescentando que é necessário ver como o projeto pode ser inserido dentro do Plano de Desenvolvimento Regional.

Robson Sarmento, engenheiro de obras costeiras e ex-professor da Ufes, disse que a fixação beneficia, sobretudo, os pescadores. Ele citou a fixação da foz do rio Jacaraípe e da foz do rio Reis Magos, em Nova Almeida, ambos no município da Serra.

“Toda obra demanda muitos recursos. A foz de um rio é móvel, é dinâmica. Quem comanda a foz na época das águas é o rio. E quem comanda a foz na época da seca é o mar”, lembrou Sarmento.

Entre as autoridades participantes da discussão, estavam André Sampaio, prefeito de Montanha, Jorge Toscano, representando Associação de Moradores e Pescadores da Meleiras, o vereador Leandro do Estaleiro, entre outras.

Acidentes

O vereador Leandro disse que os pescadores estão sofrendo com a abertura da foz e citou inúmeros acidentes na entrada da barra. Ele lembrou que os que rejeitos da empresa Samarco estão acumulados no Rio Doce desde que houve o rompimento da barragem, há seis anos.

“Com a fixação da foz do Cricaré, os pescadores, suas mulheres e até filhos adultos poderão voltar a trabalhar nas empresas retomando assim os seus empregos”, disse Leandro, acrescentando que “o mar está matando o rio e não o homem. O nosso manguezal está cheio de areia trazida pela maré cheia”, denunciou.

O debate foi mediado pelo oceanógrafo Pablo Merlo Prata. Entre os palestrantes também estavam o coordenador da Defesa Civil Estadual, o coronel do Corpo de Bombeiros André Có, o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Mateus, Arilson da Luz Mendes, e o professor da Ufes, Yuri Walter.

Valedoitaúnas



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