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Atividades físicas em grupo devem ser suspensas, alerta infectologista

17 de março de 2020

Médica explica que, nas aulas em grupo, as pessoas não conseguem manter distância uma das outras. E ressalta: suspensão das aulas não é sinônimo de férias. “Não é para sair de casa para brincadeiras coletivas”

Atividades físicas em grupo devem ser suspensas, alerta infectologistaFoto: Divulgação

Praticar atividade física em grupo faz bem para o corpo e para a mente, mas em um momento em que a grande recomendação é se prevenir do coronavírus, as aulas e os esportes coletivos precisam ser evitados. Mesmo com cuidados essenciais, como o uso de álcool gel, o risco é grande.

Segundo a infectologista Rubia Miossi, o grande problema dessas aulas é justamente a proximidade. Ela explica que em uma academia ou um estúdio de pilates, por exemplo, a recomendação é que as atividades físicas coletivas sejam suspensas neste período de pandemia.

“Nessas aulas, as pessoas não conseguem manter um metro de distância umas das outras. É muito difícil dentro desses ambientes. Vamos pensar no futebol também. Por que um campeonato profissional deve ser interrompido e a 'pelada' do fim de semana não?! A regra é a mesma. Quem joga futebol ou faz outra atividade em grupo pode se colocar em risco. Estamos pedindo para evitar”, aconselha a especialista.

Apesar disso, ela afirma que não há uma recomendação para que as academias fechem, desde que o usuário siga as regras de higiene. A médica lembra que a maioria das academias particulares já têm o álcool gel à disposição desde 2009.

“O problema é que as pessoas não utilizavam o produto. Temos que ter o hábito de usar durante a rotina da academia. Se você higienizar o aparelho antes de usá-lo, pegar uma toalhinha de papel com álcool e limpar onde você coloca o seu corpo, as suas mãos e o seu rosto, já está bom. Terminou de utilizar, faça a mesma coisa. Não deixe para que o outro higienize o aparelho, pois, caso o outro esqueça, ele não estará em risco. E, a todo momento, passe álcool nas mãos", recomenda a especialista, acrescentando: "A partir do momento que tivermos contaminação comunitária, isso pode mudar e, aí sim, daremos novas orientações”.

O Conselho Regional de Educação Física - Primeira Região Rio de Janeiro e Espírito Santo explicou que ainda não há determinações específicas para o Estado e, até lá, é preciso agir com bom senso. Segundo o órgão, é necessário aguardar novos posicionamentos. No Rio de Janeiro, já houve orientações sobre a prática de atividade físicas em academias e estúdios, o que inclui orientações a profissionais de Educação Física.

Crianças

Em relação às crianças, a especialista disse ´que é possível ficar um pouco mais tranquilo por tratar-se de uma doença menos grave para essa faixa etária, mas é um ótimo momento para ensiná-las a higienizar as mãos corretamente e os cuidados em caso de tosse e espirro.

“Precisamos lembrar que as crianças são ‘espojinhas’. Tudo que ensinamos, elas aprendem e ensinam para outras crianças. O fundamental neste momento é ensinar como se faz a higiene das mãos. Elas, com certeza, serão grandes aliadas do restante da família”, explica.

A médica acrescenta que o simples fato de aprender a higienizar as mãos é visto como algo lúdico. “A criança vê como uma brincadeira e temos que aproveitar que elas estão em casa, já que diversas escolas já suspenderam as aulas, e colocar isso na rotina delas. Ao chegar em casa, se tiver saído para algo que seja inadiável, antes das refeições, após ir ao banheiro e, se estiver gripado, aumentar a frequência de lavar as mãos.

A médica reafirma que as crianças não estão em férias. “O momento, na verdade, é para ficar em casa para se proteger e evitar a exposição. Não é para sair de casa para brincadeiras coletivas. Mas, por exemplo, se alguém tem quatro crianças em casa, elas podem brincar juntas. O problema é começar a misturar crianças de várias casas para momentos de descontração. Vamos ser criativos com as crianças dentro da nossa casa”.

Valedoitaunas/Informações Folha Vitória



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