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Arroz, gás de cozinha, gasolina: os preços que subiram muito com a crise de 2020

23 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020: ano foi marcado por variações causadas pela pandemia de Covid-19

Arroz, gás de cozinha, gasolina: os preços que subiram muito com a crise de 2020Arroz chegou a ter aumento de 23% no ano – Foto: Larissa Silva

O ano de 2020 foi marcado por um período de crise econômica por causa da pandemia do novo coronavírus. Com muitos trabalhadores tendo expedientes e salários reduzidos, os consumidores passaram a ter dificuldades. E não só as pessoas passaram a ter menos para gastar: alguns produtos se tornaram mais caros durante o ano. Relembre:

Arroz

Possivelmente o mais comentado dos aumentos. O preço médio do arroz subiu 57,4% entre novembro de 2019 e outubro deste ano, de acordo com pesquisas do Mercado Mineiro e do app Com Oferta. Em 2020, até setembro, o preço aumentou cerca de 23%. Em setembro, 5 kg do arroz tipo 1 custava R$ 41,10.

Caio Coimbra, analista de agronegócios da Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), explicou, em entrevista ao Estado de Minas, os motivos para o aumento. "O isolamento social fez com que a demanda pelo arroz aumentasse, já que é um alimento que comemos em casa. Maior demanda, maior o preço".

O analista também comenta sobre o dólar como um fator, pois esse contribui para fomentar a exportação, o que também provoca aumento dos preços. "Além da demanda aquecida do mercado externo, a alta do dólar e de todas as moedas fortes durante o momento de insegurança em todo o mundo fez com que a exportação se tornasse uma opção mais vantajosa para os produtores", explica Coimbra.

Ele ainda afirma que questões climáticas foram outro fator, uma vez que " problemas climáticos que afetaram regiões da Ásia, que são grandes consumidores do arroz e reduziram a produção".

Álcool em gel

Outro aumento súbito de preços memorável em 2020 foi o do álcool em gel. No início da pandemia, com muito medo e pouca informação, muitos correram desesperadamente para as farmácias em busca de quantidades exorbitantes de álcool em gel. Não demorou muito para que a lei da oferta e da demanda fosse aplicada, com mais gente procurando, o preço ficou mais alto.

Assim, em pouco tempo, farmácias do Brasil todo começaram a relatar a falta do produto e, quando em estoque, os preços eram acima do comum. Em 11 de março, quando apenas 46 casos haviam sido confirmados no estado de São Paulo, a revista Veja entrou em contato com 15 farmácias da capital, e apenas duas tinham o produto disponível.

Em um levantamento feito pela Agência Mural, de 88 farmácias visitadas na Grande São Paulo, apenas 13 ainda possuíam estoque de álcool em gel. Quando disponível, um enorme problema aparecia, o preço. Frascos de 60 ml por R$ 7,00, embalagens de 500ml por até R$ 25,00 em alguns estabelecimentos, entre outras precificação acima do comum.

Com a tranquilização da pandemia, a maior quantidade de informações, maior tempo, pessoas ficando mais em casa e menos pânico ou desespero, o preço voltou a se normalizar e o produto passou a ser mais presente nas prateleiras das farmácias do Brasil.

Gás de cozinha

Um dos produtos que sofreu ajustes durante todo o ano foi o gás de cozinha, o GLP. O último aumento foi no dia 3 de dezembro, quando a Petrobras subiu o preço em 5% para as distribuidoras. Um mês antes, em novembro, outro aumentos de 5% já havia sido aplicado.

No ano, o GLP acumula alta de 21,9% nas refinarias, responsáveis por vender o combustível para as distribuidoras. De acordo com a Petrobras, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana final do mês de novembro, a parcela da companhia correspondia a 43% do preço final ao consumidor. Os outros 57% são correspondentes ao restante da cadeia, composta por distribuidores e revendedores, além de impostos.

A Petrobras informou que a fixação dos preços do gás de cozinha em suas refinarias “segue a dinâmica de commodities em economias abertas”.

Isso significa que o preço do combustível no mercado internacional, somado aos custos de importação do GLP, é a base do preço para o produto, considerando também a logística de transporte.

Gasolina

E, tratando-se de combustíveis, este foi outro produto de grande valorização em 2020. De maio a dezembro deste ano, o acúmulo no aumento do preço da gasolina foi de 17%, segundo o Índice de Preços Ticket Log (IPTL).

O maior preço foi registrado na região Centro-Oeste, onde a gasolina foi comercializada a R$ 4,76 o litro. O valor mais baixo foi na região Sul, com R$ 4,47, em média.

"Dentro do território brasileiro, a gasolina chegou a variar quase 7% nos primeiros quinze dias de dezembro, e a tendência é de aumento nessa diferença até o final deste ano", disse Douglas Pina, Head de Mercado Urbano da Edenred Brasil.

Valedoitaúnas/Informações iG



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