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Após três dias foragido, presidente do Solidariedade se entrega à Polícia Federal

15 de junho de 2024

Eurípedes Júnior é suspeito de desviar R$ 36 milhões em recursos de fundos eleitorais e partidários

Após três dias foragido, presidente do Solidariedade se entrega à Polícia FederalInvestigação aponta desvio do fundo eleitoral – Foto: Divulgação/PROS

Na manhã deste sábado (15), o presidente do Solidariedade, Eurípedes Júnior, se entregou à Polícia Federal depois de três dias foragido. Ele foi acompanhado pelos advogados à Superintendência da corporação em Brasília. O político foi alvo de uma operação da PF na última quarta-feira (12), mas não foi encontrado na ocasião.

Dos sete mandados de prisão preventiva expedidos, apenas o de Eurípedes – que também foi dirigente do Partido Republicano da Ordem Social (PROS), sigla que se fundiu ao Solidariedade em 2023 – não foi cumprido no dia da operação.

Em nota divulgada neste sábado, a defesa de Eurípedes explicou que, antes de se apresentar à PF, ele se licenciou do exercício das suas funções de dirigente partidário. “Os advogados que integram a sua defesa afirmam que o Sr. Eurípedes Gomes de Macedo Júnior demonstrará perante a Justiça não só a inconsistência dos motivos que levaram à sua prisão preventiva, mas também a sua total inocência diante dos fatos que estão sendo investigados no inquérito policial”, alegou a defesa.

Após Eurípedes se apresentar à Polícia Federal, o Solidariedade emitiu um comunicado sobre o afastamento dele da presidência da legenda, que será ocupada a partir de agora pelo deputado federal Paulinho da Força (SP).

“Essa solicitação é compatível com o estatuto partidário. Dessa maneira, a secretaria geral do Solidariedade tomará todas as providências necessárias e cabíveis para o seu imediato atendimento, tendo em vista a regular continuidade do exercício da direção partidária”, afirmou a direção nacional do partido.

Além disso, o Solidariedade destacou que “os fatos que estão sob investigação são anteriores à incorporação do PROS pelo Solidariedade – que aconteceu em 2023 –, razão pela qual o partido desconhece quaisquer informações a respeito, além daquelas que estão sendo amplamente divulgadas pela imprensa”.

Operação da Polícia Federal

Eurípedes foi o principal alvo da operação da PF desta semana. Os outros alvos foram dirigentes, ex-dirigentes e candidatos que concorreram a cargos pelo PROS nas eleições de 2018, antes de a sigla ser incorporada ao Solidariedade. A PF investiga, entre outras possíveis irregularidades, o uso de candidaturas laranja para receber dinheiro do fundo eleitoral.

Além de candidaturas laranja, os investigadores ressaltam que encontraram indícios de superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos partidários destinados à FOS (Fundação de Ordem Social), a fundação do partido.

As investigações começaram em 2018, e segundo fontes na Polícia Federal, do início da apuração até 2023, a suspeita é de que tenham sido desviados R$ 36 milhões. Eurípedes teria comprado um helicóptero avaliado em R$ 2,4 milhões para uso pessoal com dinheiro do fundo.

“Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral”, disse a PF.

O presidente da solidariedade, Eurípedes Jr., é considerado foragido e teve o nome enviado a lista vermelha da Interpol.

Júnior é indicado como líder de uma organização criminosa, da qual também participariam: a própria esposa, Ariele Macedo; as duas filhas, Jheniffer e Giovanna de Macedo; o primo, Alessandro Sousa, ao lado da esposa, Cíntia Lourenço; o irmão Fabrício Gomes; a cunhada, Kelle Dutra.

Enquanto Ariele e Giovanna Macedo são citadas como laranjas do esquema, a outra filha de Eurípedes Júnior, Jheniffer Macedo, participaria do grupo central da organização criminosa. Segundo o relatório da PF, os alvos agiam em várias frentes, desviando recursos destinados à manutenção da legenda pelo Fundo Partidário e à promoção de candidaturas pelo Fundo Eleitoral.

Para a lavagem do dinheiro, há indícios de uso de empresas e fundações, além da contratação de serviços de advogados. Compra e venda de imóveis também estão entre as transações utilizadas como evidência de crime pela polícia. Viagens da família ao exterior, como à cidade de Miami (EUA), também levantaram suspeita.

(Fonte: R7)



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