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Ancestrais dos norte-americanos eram mais diversos do que se pensava

01 de fevereiro de 2020

Crânios encontrados em caverna no México provam que ancestralidade dos povos da América do Norte é muito diferente em relação à dos que ocuparam a região Sul do continente

Ancestrais dos norte-americanos eram mais diversos do que se pensavaAncestrais dos norte-americanos eram mais diversos do que se pensava – Foto: Jerónimo Avilés/Plos One

Uma análise de quatro crânios encontrados no México sugere que os primeiros humanos a se estabelecerem na América do Norte eram mais diversificados biologicamente do que os cientistas acreditavam anteriormente. O achado aquece o debate sobre esse tema, segundo os autores do artigo publicado no PLOS ONE.

“Os primeiros norte-americanos eram muito mais complexos, muito mais diversos do que pensávamos”, disse Mark Hubbe, um dos pesquisadores, em comunicado. “Sempre falamos sobre o assentamento das Américas como se a América do Norte e a América do Sul fossem iguais. Mas eles são continentes diferentes, com histórias diferentes de como foram ocupados”.

Os crânios eram de indivíduos que viveram de 9 mil a 13 mil anos atrás, entre o fim do período Pleistoceno e o início do Holoceno. Eles foram encontrados por arqueólogos entre 2008 e 2015 em uma caverna ocupada por água na região sul do México, em Quintana Roo.

Para estudar as caveiras, foram realizadas tomografias computadorizadas e raios-X nos artefatos, o que permitiu aos especialistas criar uma imagem 3D de cada crânio. A equipe, então, buscou pontos de referência específicos que pudessem ser usados como base para determinar traços genéticos e, consequentemente, permite aos pesquisadores deduzir a proximidade entre as pessoas analisadas e outros crânios encontrados na América do Norte.

De acordo com os especialistas, o crânio mais antigo mostrou fortes semelhanças com as populações árticas norte-americanas, enquanto o segundo crânio mais antigo tinha traços mais parecidos com os das populações europeias modernas. Já o terceiro crânio é geneticamente próximo dos asiáticos e nativos americanos, e o quarto possui características comuns entre os sul-americanos modernos.

Os especialistas explicam que esses crânios são importantes porque, em comparação com a América do Sul, poucos esqueletos antigos foram encontrados na América do Norte – 400 e 20 esqueletos em cada região, respectivamente. “Nem todos os crânios analisados ​​pareciam os da América do Sul. Eles são bastante distintos quanto à morfologia”, pontuou Hubbe.

Os resultados sugerem que as populações que se aventuraram da Ásia para a América do Norte tinham um alto nível de diversidade biológica e, por algum motivo, essa diversidade foi diminuindo à medida que os humanos se dispersaram na América do Sul.

Para Hubbe, os resultados obtidos no estudo são a prova de que não podemos simplificar as narrativas quando o assunto são as migrações humanos. “O que pensamos sobre o assentamento das Américas provavelmente não é a história toda. Ainda temos muito a aprender”, observou o especialista.

Valedoitaunas/Com informações da Revista GALILEU



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