Ameba comedora de cérebro mata bebê no Brasil após 50 anos sem casos registrados
11 de dezembro de 2024"Ameba comedora de carne" é extremamente rara e fatal, e mata 97% das pessoas infectadas
Naegleria fowleri, ou "ameba comedora de cérebro" – Foto: Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA
Um bebê de 1 ano e 3 meses morreu em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, Ceará, vítima de uma ameba comedora de cérebro. A criança teve um caso raro de meningoencefalite amebiana, doença causada pela ameba Naefleria fowleri.
A informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual da Saúde do Ceará para a CNN. Foram feitos alguns exames e chegou-se a uma comprovação clínica.
Ameba rara
Fazia quase 50 anos desde o último caso comprovado de meningoencefalite amebiana em humanos no Brasil.
O último caso ocorreu em 1975 no estado de São Paulo. Além desse, não houve casos da doença registrados na literatura científica brasileira.
O caso foi diagnosticado apenas porque, após a morte, a família permitiu uma análise em necrópsia do bebê.
A investigação envolveu diversos órgãos diferentes para análise da condição rara, como:
- Secretaria de Vigilância em Saúde
- Serviço de Verificação de Óbito (SVO)
- Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (LACEN-CE)
- Vigilâncias Epidemiológica, Ambiental e Sanitária
- Instituto Adolfo Lutz, vinculado à Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SES-SP).
Criança morre com ameba comedora de cérebro
O bebê foi levado ao hospital, pela primeira vez, em 12 de setembro, em Caucaia. A UPA da região diagnosticou, inicialmente, uma infecção viral comum.
Porém, o bebê rapidamente apresentou piora e sintomas neurológicos graves, levando os médicos a suspeitarem da meningoencefalite amebiana.
Imediatamente, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Ceará (CIEVS/CE) fo acionado e começaram reuniões para entender da onde veio a bactéria.
Como Naegleria fowleri, ameba comedora de cérebros, entra na pessoa?
O Ministério da Saúde informou que a infecção é pela água, normalmente por via nasal, e comumente em mergulhos.
A ameba é frequentemente vista em lados, lagoas e outros corpos de água. Acredita-se que o bebê tenha sido infectado no banho.
Os órgãos de saúde realizaram, o quão antes possível, reuniões com o líder do lugar que a criança morava, pois o mesmo não tem rede de esgoto. Mudaram a forma de abastecimento de água, além de aperfeiçoarem a filtragem e cloração da água.
Além disso, houve diversas orientações e recomendações para a população local, ensinando hábitos de higiene e como desinfectar reservatórios de água na comunidade.
Mas as autoridades acreditam que não vai se repetir: “Parece ser um caso isolado. Provavelmente, a água que passou por um reservatório aqueceu naturalmente pelo sol mesmo. Isso pode ter favorecido essa reprodução”, explicou.
Conheça Naegleria fowleri
A Naegleria fowleri é uma ameba rara que vive na água doce, principalmente aquecidas, como lagoas, açudes, rios e fontes termais.
Ela infecciona as pessoas pelas narinas durante o banho, principalmente em mergulhos. Ela entra no nervo olfatório e vai para o cérebro, onde causa uma inflamação de destruição cerebral.
A doença causada por ela, meningoencefalite amebiana, é tão rara quanto letal: mata 97% das pessoas infectadas.
Não é possível contrair a ameba bebendo água contaminada e nem por contato direto com uma pessoa infectada.
(Fonte: iG)