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Alho não é tudo igual: Conheça as diferenças entre o branco e o roxo

04 de julho de 2021

Helicóptero UH-1 Huey sendo jogado ao mar ao final da Guerra do Vietnã, durante a operação Vento Constante – Foto: Divulgação/Marinha dos EUA No final da Guerra do Vietnã (1959 a 1975), com a evacuação da cidade de Saigon, os militares norte-americanos jogaram dezenas de helicópteros no mar durante os trabalhos de resgate. A situação fora do comum foi necessária para evitar mortes e aumentar o número de pessoas resgatadas. O volume de aeronaves que deixava a cidade era tão grande, que não havia mais espaço nos porta-aviões para que todos eles pousassem. Com as filas de aeronaves se formando para desembarcar pessoas resgatadas, o combustível acabando, e pouco espaço para os pousos, optou-se por fazer algo que, até então, não se imaginaria ser necessário: arremessar os helicópteros no mar. Essa medida drástica teve de ser tomada para garantir a sobrevivência do máximo de resgatados possível, abrindo espaço para mais pousos e evitando que houvesse uma tragédia, com helicópteros caindo cheios de pessoas. Mutirões formados por dezenas de militares empurravam os helicópteros com a força dos próprios braços rumo à borda do convés, de onde eram derrubados. Não havia muitas máquinas disponíveis, mas até uma espécie de empilhadeira chegou a ser usada no descarte dessas aeronaves. Além dos arremessos, alguns pilotos levavam as aeronaves vazias em direção à água, onde eles as abandonavam e pulavam no mar. Ali ficavam aguardando embarcações de resgate para voltarem aos navios dos Estados Unidos. Foram cerca de 6.000 vietnamitas e mil americanos retirados de Saigon ao todo. A duração dessa operação foi de 18 horas, e envolveu 81 helicópteros. Desses, pelo menos 45 UH-1 Huey e três CH-47 Chinook foram lançados na água. Se isso tivesse ocorrido nos tempos atuais, o valor total teria sido de cerca de R$ 4,7 bilhões em aeronaves arremessadas ao mar. Avião surpresa  2 O-1 Birddog pousa no convés do USS Midway durante a operação Vento Constante, na Guerra do Vietnã – Foto: Museu USS Midway Dave Meister, ex-militar que participou da operação no Vietnã, lembra que até um avião de pequeno porte com um piloto dos EUA precisou de espaço para pousar no USS Midway. O militar falou do episódio durante depoimento ao Museu Naval de Hampton Roads em 2020. O piloto do qual Meister conta a história estava em um avião de pequeno porte com sua família, e tinha conseguido decolar de Saigon apesar do cerco à cidade e ao aeroporto. Era um avião pequeno, e ele não tinha comunicação via rádio com o navio. Ele sobrevoou o USS Midway e jogou um bloco de notas onde estava escrito Além de ter a túnica branca ou levemente violeta, o sabor do alimento oriental é mais leve e adocicado, e tem menos bulbilhos (dentes de alho) – Foto: WIN-Initiative/Getty Images

Usado não só para temperar o nosso velho conhecido arroz com feijão, o alho está presente em quase todas as receitas. E não é por menos, já que o alimento é rico em diversos nutrientes. Mas você sabia que aqui no Brasil existem dois tipos comercializados? Além das cores diferentes, as versões branca e roxa têm origens diferentes.

O alimento que contém a túnica, aquela membrana que envolve o dente do alho, branca ou levemente violeta, é importado da China. Por isso, inclusive, ele é popularmente conhecido como "white" ou "super white". Agora, se a túnica for arroxeada, foi produzido aqui mesmo. Mas como nem tudo é definitivo, principalmente quando se trata da natureza, a coloração da membrana pode variar e o alho brasileiro também é encontrado com a túnica branca. A diferença – mínima – está nas pequenas faixas roxas ou rosas que surgem pela túnica do alimento nacional.

Então, como identificar o produto brasileiro do chinês? Pela qualidade do bulbo, a famosa cabeça de alho. "O sabor (do alimento oriental), normalmente, é mais leve e adocicado, e tem menos bulbilhos (dentes de alho). Já o bulbo brasileiro é mais grossinho, com um sabor mais forte e ácido", esclarece Eva Andrade, nutricionista e mestranda da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O peso do alimento também é outra característica bastante evidente. O alho chinês, ou branco, é mais leve, por conta da baixa qualidade do bulbo. Já o produzido no Brasil possui a cabeça mais pesada e grossa.

Helicóptero UH-1 Huey sendo jogado ao mar ao final da Guerra do Vietnã, durante a operação Vento Constante – Foto: Divulgação/Marinha dos EUA No final da Guerra do Vietnã (1959 a 1975), com a evacuação da cidade de Saigon, os militares norte-americanos jogaram dezenas de helicópteros no mar durante os trabalhos de resgate. A situação fora do comum foi necessária para evitar mortes e aumentar o número de pessoas resgatadas. O volume de aeronaves que deixava a cidade era tão grande, que não havia mais espaço nos porta-aviões para que todos eles pousassem. Com as filas de aeronaves se formando para desembarcar pessoas resgatadas, o combustível acabando, e pouco espaço para os pousos, optou-se por fazer algo que, até então, não se imaginaria ser necessário: arremessar os helicópteros no mar. Essa medida drástica teve de ser tomada para garantir a sobrevivência do máximo de resgatados possível, abrindo espaço para mais pousos e evitando que houvesse uma tragédia, com helicópteros caindo cheios de pessoas. Mutirões formados por dezenas de militares empurravam os helicópteros com a força dos próprios braços rumo à borda do convés, de onde eram derrubados. Não havia muitas máquinas disponíveis, mas até uma espécie de empilhadeira chegou a ser usada no descarte dessas aeronaves. Além dos arremessos, alguns pilotos levavam as aeronaves vazias em direção à água, onde eles as abandonavam e pulavam no mar. Ali ficavam aguardando embarcações de resgate para voltarem aos navios dos Estados Unidos. Foram cerca de 6.000 vietnamitas e mil americanos retirados de Saigon ao todo. A duração dessa operação foi de 18 horas, e envolveu 81 helicópteros. Desses, pelo menos 45 UH-1 Huey e três CH-47 Chinook foram lançados na água. Se isso tivesse ocorrido nos tempos atuais, o valor total teria sido de cerca de R$ 4,7 bilhões em aeronaves arremessadas ao mar. Avião surpresa  2 O-1 Birddog pousa no convés do USS Midway durante a operação Vento Constante, na Guerra do Vietnã – Foto: Museu USS Midway Dave Meister, ex-militar que participou da operação no Vietnã, lembra que até um avião de pequeno porte com um piloto dos EUA precisou de espaço para pousar no USS Midway. O militar falou do episódio durante depoimento ao Museu Naval de Hampton Roads em 2020. O piloto do qual Meister conta a história estava em um avião de pequeno porte com sua família, e tinha conseguido decolar de Saigon apesar do cerco à cidade e ao aeroporto. Era um avião pequeno, e ele não tinha comunicação via rádio com o navio. Ele sobrevoou o USS Midway e jogou um bloco de notas onde estava escrito O alimento brasileiro tem pequenas faixas roxas ou rosas, tem o bulbo (cabeça de alho) mais grosso e um sabor mais forte e ácido – Foto: iStock

E os nutrientes? Neste quesito, o nacional sai na frente. "O alho roxo possui maiores quantidades de compostos organossulfurados, que são responsáveis por diversas propriedades medicinais do alimento. Entre os vários benefícios podemos listar a melhora da imunidade, o seu efeito anti-inflamatório, antimicrobiano, cardioprotetor, antioxidante e até mesmo anticancerígeno", aponta Carolina Pimentel, nutricionista, professora titular de nutrição e pesquisadora na Universidade Paulista (Unip).

A chamada alicina é um composto organossulfurado encontrado em maiores quantidades no alho roxo no comparativo com a versão branca. Ela é responsável por ajudar no controle do colesterol, auxilia no combate a infecções causadas por micro-organismos e por vírus, além de ser um potente antifúngico. "O alho roxo também possui excelentes antioxidantes, como a tiamina, riboflavina e vitamina C, que contribuem no combate à hipertensão, protegem contra o diabetes gestacional e impedem o crescimento e proliferação de bactérias", aponta Alisson Melo, médico nutrólogo pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo ele, teríamos que utilizar quatro ou cinco dentes do alho chinês para chegar à qualidade de apenas um do roxo nacional.

Para armazenar

O alho, e aí vale para ambos, pode ser conservado por até três meses em local fresco e sem umidade. Evite guardar o alimento em recipientes fechados, pois correm o risco de mofar. Mas quando descascado, melhor guardar na geladeira, embrulhado em plástico, ou imerso em óleo ou azeite. O alho também pode ser conservado no freezer, mas é importante que o mesmo, ao ser tirado do congelador, vá direto para a panela, aconselha Elian da Silva, nutricionista do Hospital Universitário Alcides Carneiro da Universidade Federal de Campina Grande (Huac/UFCG).

Uma boa opção é fazer uma pasta de alho. Basta triturar o alimento no processador ou liquidificador. "Não precisa adicionar água ou óleo nesse processo, pois o próprio alho libera óleos essenciais e outros líquidos que ajudam na formatação dessa pasta. É importante ir triturando aos poucos para não causar problemas técnicos nos utensílios de cozinha. Essa pasta pode ser mantida em refrigeração por até sete dias e congelada por até 90 dias", complementa Andrade.

Valedoitaúnas/Informações Viva Bem/UOL



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