Ainda pagando primeira parcela, governo já fala em eliminar auxílio emergencial
20 de maio de 2020Em reunião com setor de serviços, ministro Paulo Guedes disse que proposta é "suavizar queda" e acabar com programa gradativamente
Segundo ministro, ideia é "suavizar a queda" dos próximos pagamentos – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (19) que o governo vai “suavizar a queda” e eliminar gradativamente o auxílio emergencial de R$ 600. Até agora, está previsto o pagamento desse benefício por apenas três meses, sem interrupção gradual. O ministro fez as declarações em reunião fechada com representantes do setor de serviços.
“Vamos tornar mais robusto e focalizado os programas sociais. Vamos agora jogar mais R$ 600 aí. Agora, quando acabar esse prazo, em vez de tirar de uma vez só, vamos fazer um phase out (eliminação em fases). Não é que nós vamos prorrogar, porque não temos fôlego financeiro para fazer a gastança que está aí, mas vamos ter que suavizar a queda. Em vez de cair tudo de uma vez, nós vamos descer mais devagar um pouco”, disse Guedes.
Essa é a primeira vez que o titular do Ministério da Economia fala em pagar o auxílio emergencial por mais tempo que os três meses até agora previstos.
Na semana passada, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse que o auxílio poderia ter “vindo para ficar”. No dia seguinte, a pasta divulgou nota negando essa possibilidade.
Até agora, o governo prevê gastar R$ 124 bilhões com o programa. Há uma forte pressão, inclusive por integrantes do governo, para prorrogar o auxílio, como O Globo mostrou na semana passada.
O governo também avalia revisar, depois da pandemia, os programas de transferências de renda, sendo possível uma ampliação do Bolsa Família. Para isso, técnicos da equipe econômica estudam propor a revisão de benefícios considerados ineficientes, como o abono salarial e o seguro-defeso (pago a pescadores no período em que a pesca é proibida), como forma de compensação.
Valedoitaúnas/Informações iG