Em comentário em uma rede social, o autor informou que entraria em uma escola de Vitória com um revólver calibre 38 e mataria o máximo de alunos que pudesse

Delegado da Polícia Civil, Brenno Andrade – Foto: Reprodução

A Polícia Civil concluiu as investigações sobre uma escola pública de Vitória, no Espírito Santo, que foi ameaçada, via rede social, no último dia 12 de dezembro.

De acordo com o delegado Brenno Andrade, a mensagem foi enviada por um adolescente de 17 anos, morador de Belo Horizonte (MG), a pedido de um outro adolescente de 15 anos, que mora em Vitória. A intenção do jovem, segundo o delegado, era evitar o retorno das aulas presenciais na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Maria Stella de Novaes.

"Ele queria que as aulas presenciais não retornassem pelo fato de ele se sentir fracassado e sem voz. Ele não tinha um bom relacionamento com os colegas da escola", explicou o delegado.

Segundo a polícia, no comentário feito nas redes sociais, o autor informou que entraria na escola com um revólver calibre 38 e mataria o máximo de alunos que pudesse.

"Terça-feira eu entrarei, com um revólver 38, irei assassinar o maior número de alunos que eu conseguir, já aviso de imediato que irei levar vinte munições extras e, para garantir que ninguém saia vivo, levarei um canivete bem afiado", dizia o comentário.

Adolescentes escreveram mensagem com ameaça de ataque a uma escola de Vitória – Foto: Divulgação/Polícia Civil

Por esta razão, a escola, que atende a crianças e adolescentes de 6 a 15 anos de idade, reforçou a segurança da unidade.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos tanto na casa do adolescente de Minas Gerais quanto na casa do adolescente de Vitória e nenhuma arma foi encontrada.

De acordo com o delegado, o jovem capixaba disse que a mensagem tratava-se de uma brincadeira e que não tinha a intenção de promover um ataque.

A apreensão dos dois não foi pedida, já que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê a reclusão para adolescentes em casos de violência ou grave ameaça por um prazo de 45 dias. No entanto, na data da ameaça, a polícia não sabia qual era a identidade dos autores.

Comunicado divulgado pela escola em rede social após a ameaça – Foto: Reprodução

O delegado Brenno Andrade afirmou que as investigações continuarão, já que no computador do adolescente mineiro foram encontrados símbolos que fazem referência ao nazismo, o que também é considerado crime pela lei brasileira. Uma perícia ainda será feita no computador do adolescente capixaba, mas ele já adiantou à polícia que o colega compartilhou as imagens com ele.

O delegado fez um alerta para que os pais acompanhem o que os filhos fazem na internet e desconfiem caso haja mudanças de comportamento.

"A pessoa que faz esse tipo de ameaça é reclusa, fica trancada no quarto, sem a fiscalização dos pais. Quando a gente pergunta aos pais o que está acontecendo, eles falam que saem cedo para trabalhar e voltam tarde e acabam não fiscalizando os filhos. Mas se o pai não dá atenção ao filho, alguém que está na rua ou no mundo virtual vai dar. E esse alguém pode ser um criminoso", pontuou.

No início deste mês, um outro adolescente de 13 anos, que planejava atacar uma escola foi descoberto em uma operação policial. De acordo com a Polícia Civil, o menino começou a planejar os ataques após tirar notas mais baixas na escola.

O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, afirmou que a ação da polícia serve para evitar que tais ataques possam se concretizar em algum momento, ainda que os jovens digam se tratar apenas de uma brincadeira.

"O importante é intervir, não permitir que ele avance com a ideia. Se ele começar a nutrir esse desejo, se ele começar a se relacionar com grupos extremistas, ele pode desencadear um processo desses", pontuou.

Sala de aula da rede municipal de Vitória – Foto: André Sobral/Prefeitura de Vitória

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