Acordo libera navio que bloqueou canal de Suez e está com tripulação confinada desde março
05 de julho de 2021Cargueiro estava estacionado em um lago do Egito desde 29 de março, enquanto entrave judicial não era resolvido. Detalhes do acordo não foram divulgados.
O cargueiro Ever Given ficou preso diagonalmente no Canal de Suez por quase uma semana, causando o bloqueio de uma das principais rotas marítimas comerciais do mundo – Foto: Getty Images/BBC
Os proprietários e as seguradoras do navio Ever Given, que bloqueou o Canal dee Sueez em março, chegaram neste domingo (4) a um acordo formal sobre a indenização a ser paga após a embarcação bloquear uma importante via de comércio internacional e gerar prejuízos de milhões de dólares.
A Autoridade do Canal de Suez (SCA, na sigla em inglês) não revelou os detalhes da negociação, mas disse que haverá uma cerimônia na próxima quarta-feira para celebrar a assinatura do documento.
Desde 29 de março, quando desencalhou, o navio está estacionado no Grande Lago Amargo, no Egito, à espera de um acordo na Justiça. Mais de 20 tripulantes vivem como "reféns" e aguardam uma resolução para serem liberados do cargueiro.
Segundo a Federação Internacional dos Trabalhadores em Transporte (ITF), que os visitou, todos estavam "de bom humor", mesmo sem previsão de quando sair do navio.
Sem indenização, tripulantes continuariam confinados
Em abril, a SCA chegou a dizer que exigiria quase US$ 1 bilhão para compensar os danos, pagar a operação de salvamento e reparar a "perda de reputação". Sem isso, não liberaria a tripulação. Depois, em junho, baixou o valor para US$ 550 milhões.
Agora, com a iminente assinatura do acordo, a SCA afirma que a embarcação voltará a circular normalmente em 7 de julho.
"Os preparativos serão feitos, e um evento será realizado na sede da Autoridade em Ismailia no devido tempo", disse, em comunicado, Faz Peermohamed, da Stann Marine (representante das seguradoras e da proprietária do navio).
Bloqueio no Canal de Suez
O Ever Given encalhou e bloqueou o Canal de Suez por seis dias em março. O impacto foi sentido no mundo inteiro: outros navios não conseguiam passar, o comércio internacional ficou comprometido, e até o preço do barril do petróleo sofreu mudanças.
Com 400 metros de comprimento e 220 mil toneladas, a embarcação operada pela empresa Evergreen parou de circular em meio a ventos fortes e tempestades de areia. Não se sabe ainda, porém, as causas do incidente.
Valedoitaúnas/Informações G1