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85% concordam com o aumento de impostos a pessoas muito ricas; aponta pesquisa

15 de setembro de 2022

Pesquisa Nós e as Desigualdades 2022, da Oxfam Brasil/Datafolha, revela ainda que a percepção das desigualdades no país é maior entre os mais jovens

85% concordam com o aumento de impostos a pessoas muito ricas; aponta pesquisaBrasileiros defendem impostos sobre mais ricos para financiar renda e assistência social a quem mais precisa – Foto: Shutterstock

Segundo dados da nova pesquisa Nós e as Desigualdades 2022, lançada nesta quinta-feira (15), 85% dos entrevistados concordam com o aumento de impostos das pessoas muito ricas para financiar políticas sociais, mostrando que há quase uma unanimidade quanto à percepção dos brasileiros de que é obrigação dos governos garantirem programas de transferência renda e assistência social a quem mais precisa, e que o aumento de impostos para pessoas muito ricas deve contribuir para isso.

Os brasileiros, segundo a pesquisa, defendem ainda a universalização de políticas públicas de saúde e educação, apoiam medidas como a Lei de Cotas Raciais nas universidades públicas para equilibrar as oportunidades ao ensino superior e têm emprego e renda como prioridades para um futuro mais próspero.

A pesquisa Nós e as Desigualdades 2022 foi produzida pelo Instituto Datafolha por meio de abordagem pessoal a 2.564 pessoas em nível nacional, em 130 cidades de todas as regiões do país, entre os dias 8 e 15 de março deste ano. A margem de erro é de 2%, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

“Esperamos que os resultados desta pesquisa contribuam para o debate público, especialmente neste momento em que brasileiras e brasileiros se preparam para as eleições mais importantes das últimas décadas”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil. “Que as candidatas e candidatos a mandatos por todo o Brasil ouçam o chamado da população, que pede um país mais justo e menos desigual”.

“Tais percepções confirmam a expressão de uma sociedade que vive em um difícil momento social e econômico, no qual mais de 33 milhões de pessoas passam fome”, afirma Jefferson Nascimento, coordenador da área de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil e coordenador da pesquisa. “Para transformar esse cenário, a mensagem da sociedade brasileira é ressonante: o Estado tem que se comprometer efetivamente com a redução das desigualdades, pobreza e fome, por meio de políticas públicas financiadas, por exemplo, por meio de uma maior tributação dos mais ricos”.

A pesquisa revela ainda o reconhecimento da população brasileira sobre o peso do machismo e racismo que recai sobre mulheres e pessoas negras. Há a compreensão de que mulheres ganham menos por serem mulheres, que a cor da pele influencia negativamente a renda, reduz as chances de contratação por empresas e impacta negativamente o comportamento do sistema de Justiça.

A pesquisa traz ainda dados inéditos sobre a percepção da sociedade sobre a desigualdade na representação política de mulheres e pessoas negras, e o impacto desigual das mudanças climáticas.

Proteção do Estado para os mais pobres:

  • 96% dos brasileiros acreditam que é obrigação dos governos garantir recursos para programas de transferência de renda e de assistência social, principalmente para quem mais precisa. 
  • 95% defendem que o Auxílio Brasil deve atender a todas as pessoas que estejam em situação de pobreza.

Trabalho como prioridade:

  • “Aumento da oferta de empregos” e “aumento do salário-mínimo” estão entre as medidas prioritárias para a redução de desigualdade.

Apoio à maior tributação dos mais ricos:

  • 85% concordam com o aumento dos impostos de pessoas muito ricas para financiar políticas sociais. 
  • 94% concordam que o imposto pago deve beneficiar os mais pobres.

Sem redução de desigualdades não há progresso:

  • 85% creem que o progresso do Brasil está condicionado à redução de desigualdade entre pobres e ricos.

Jovens percebem mais as desigualdades

A juventude brasileira tem uma maior percepção das desigualdades brasileiras, segundo os dados levantados pela pesquisa Oxfam Brasil/Datafolha. Entre os jovens de 16 a 24 anos, essa percepção supera a média em diversos aspectos apresentados pela pesquisa – seja a necessidade de maior tributação dos mais ricos, apoio à Lei de Cotas nas universidades públicas ou defesa da universalização de políticas sociais de educação e saúde.

Esta é a quarta edição da pesquisa Nós e as Desigualdades da Oxfam Brasil e seus resultados nos permite analisar uma série histórica iniciada em 2017.

Consolidando a percepção das três pesquisas anteriores, fica evidente a importância que a sociedade brasileira dá à redução das desigualdades como passo fundamental para o progresso do Brasil, conforme afirmam 9 em cada 10 brasileiros. Os dados também indicam uma consolidação da percepção da sociedade sobre a desigualdade na distribuição de renda no país.

Valedoitaúnas (iG)



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