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7 montadoras param produção no Brasil; entenda as razões e consequências

26 de março de 2021

Volkswagen, Nissan, Volvo, Scania, Mercedes-Benz, Toyota e Renault anunciaram paralisação em menos de uma semana

7 montadoras param produção no Brasil; entenda as razões e consequênciasMontadoras de veículos anunciaram paralisação em função da pandemia – Foto: Getty Images

Na sexta-feira (19), a Volkswagen foi a primeira a anunciar que suspenderia a fabricação de veículos no Brasil, em decorrência do alto índice de contágio da pandemia do novo coronavírus. Já na terça-feira (23) foi a vez da Voldo, da Scania e da Mercedes-Benz tomarem a mesma medida, acompanhadas da Nissan, na quarta (24) e da Toyota e da Renaut, na quinta (25). A previsão é que as atividades sejam retomadas entre os dias 4 e 5 de abril. 

Juntas, elas somam mais de 43 mil empregos, sendo 14 mil da Volkswagen, 3,7 da Volvo, 2,5 mil da Scania, 10 mil da Mercedes, 2,4 mil da Nissan, 5,6 mil da Toyota e 5 mil da Renault. Desses, alguns terão férias coletivas, para diminuir o fluxo de funcionários na fábrica, garantindo assim o distanciamento social, outros seguirão em regime de home office.

A alemã Mercedes, por exemplo, informou que "a partir de 5 de abril, continuaremos com as medidas restritivas para proteção de nossos profissionais, também concederemos férias coletivas para grupos alternados de funcionários de acordo com o planejamento de nossas fábricas. Assim, teremos um grupo de produção menor mantendo os protocolos de distanciamento, mas continuaremos a atender os nossos clientes com nossos produtos e serviços".

Além do risco à saúde dos funcionários, a pandemia também está causando atraso no recebimento de peças, produtos e serviços, retardando a cadeia produtiva.

Segundo a Volkswagen, "os efeitos da pandemia puderam ser sentidos principalmente no ano de 2020, no início da pandemia, quando as fábricas também paralisaram as suas atividades por cerca de 2 meses, provocando queda na produção e consequentemente na venda de veículos".

As decisões foram tomadas em conjunto com os respectivos sindicatos locais, e visam a preservação da saúde e o bem-estar de seus colaboradores e de seus familiares. Além de atender a antecipação de feriado em algumas regiões.

Ficam suspensas as produções nas seguintes cidades: 

  • Toyota: São Bernardo do Campo (SP), Indaiatuba (SP), Sorocaba (SP) e Porto Feliz (SP);
  • Scania: São Bernardo do Campo (SP);
  • Volkswagen: São Bernardo do Campo (SP), Taubaté (SP), São Carlos (SP) e São José dos Pinhais (PR);
  • Nissan: Resende (RJ);
  • Mercedes-Benz: São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG);
  • Volvo: Curitiba (PR);
  • Renault: São José dos Pinhais (PR).

Em São Caetano do Sul, onde a General Motors (GM) tem uma fábrica, o sindicato local reivindica licença remunerada, de 12 dias, aos funcionários.

Produção de veículos mensal na comparação anual

Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) indicaram queda de 31,6% no setor automotivo em 2020, recuando ao patamar de 2005. A associação projeta recuperação de 25% em 2021.

Luiz Carlos Moraes, diretor de Comunicação Corporativa e Relações Institucionais da Mercedes-Benz do Brasil e presidente da ANFAVEA disse em coletiva que "as montadoras estão enfrentando problemas de falta de insumos e atraso na entrega". Ele complementa dizendo "na primeira fase da Covid-19 no Brasil nós tivemos o fechamento, várias fábricas decidiram de forma espontânea parar sua produção por semanas, algumas por até dois meses".

Segundo ele, a paralisação tem impacto na cadeia de fornecedores nacionais e internacionais, em concessionárias e DETRANs. "Nós temos uma cadeia muito longa. Como cada setor voltou numa velocidade diferente, isso gerou um descompasso na oferta de insumos, desbalanceando a cadeia produtiva global", concluiu.

A ANFAVEA marcou outra coletiva para o dia 7 de abril e promete detalhar o desempenho de março e o impacto das paralisações.

Mês de fevereiro

No mês de fevereiro, algumas montadoras trabalharam até mesmo durante o carnaval, ainda assim a produção caiu 3,5%, registrando 197 mil unidades produzidas. Pior resultado para o mês desde a crise de 2016.

“Muitas das nossas montadoras trabalharam até durante o Carnaval para tentar
recompor os baixos estoques e compensar alguns atrasos e paradas por falta de insumos, mas ainda há muita dificuldade de retomar o ritmo normal de funcionamento das fábricas”, explicou o Presidente Luiz Carlos Moraes.

Os estoques das fábricas e das concessionárias vo início de março era de 97,8 mil veículos, que no ritmo atual de vendas duraria 18 dias, um número ainda muito baixo comparado aos níveis pré-pandemia, de 30 a 40 dias de estoque.

Retomada

A segunda onda da Covid-19 diminuiu o otimismo de empresários do setor. 86% deles conta com a vacina como garantia para a retomada econômica, Segundo a última edição da pesquisa Cenários para a Indústria Automobilística Brasileira, realizada no Brasil há oitos anos pela consultoria alemã Roland Berger em parceria com o portal Automotive Business.

A pesquisa aponta também que 66% dos executivos projetam recuperação ainda em 2021, e 20% acreditam que vai demandar de dois a cinco anos para a retomada. A pesquisa mostra ainda que 7 em cada 10 entrevistados consideram que a vacinação é essencial para a recuperação do setor automotivo.

Além disso, 59% apontam que a retomada das operações vai ter de lidar com a dificuldades no fornecimento de insumos.

A pesquisa é feita com 532 representantes do setor.

Valedoitaúnas/Informações iG



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