"Economia está começando a colapsar. Não queremos virar a Venezuela", diz Guedes
07 de maio de 2020Em encontro com Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro e chefe do Executivo defenderam reabertura da economia
Por Brasil Econômico | 07/05/2020 13:20
Guedes disse que a economia brasileira está começando a colapsar e que "não queremos virar a Venezuela e nem a Argentina" – Ffoto: Alan Santos/PR
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (7), em reunião no Supremo Tribunal Federal com o presidente da República, Jair Bolsonaro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, empresários e outros ministros, que a economia brasileira está começando a colapsar.
Guedes defendeu a importância das providências já tomadas pelo governo, como o auxílio emergencial de R$ 600 e a medida que permite redução de jornada e salário, garantindo estabilidade ao trabalhador e evitando demissões em massa. Segundo o ministro, mais de 5 milhões de empregos já foram "preservados".
"Nós conseguimos, através de várias medidas, preservar vidas, mas também preservar empregos . Enquanto lá fora temos notícias que os EUA demitiram, preservamos mais de cinco milhões de empregos. Lançamos o programa de auxílio emergencial para preservar os sinais vitais da economia. Ainda está funcionado por essa proteção", afirmou Guedes. Porém, o ministro pontuou que esse "fôlego" pode estar chegando ao fim.
"A informação que nós tivemos é que, embora tenhamos lançado dois ou três meses de proteção, talvez os sinais vitais não sustentem por tanto tempo. Talvez vamos ter um colapso antes. Quando a indústria nos passou esse quadro, estamos sempre em contato, sempre disseram que conseguiram preservar os sinais vitais. Mas agora nos disseram que está difícil. A economia está começando a colapsar. Não queremos virar a Venezuela e nem a Argentina", disse Guedes.
Bolsonaro voltou a criticar governadores e prefeitos no encontro e disse, sem dar exemplos, que "alguns estados foram um pouco longe nas medidas restritivas". O presidente afirmou ainda que a liberdade vale mais que a vida , ao defender a flexibilização dos serviços.
"As consequências estão batendo à porta de todos. Autônomos perderam ou tiveram a renda reduzida. Quem tem carteira assinada, está batendo na casa de 10 milhões de desempregados. Este número tende a crescer. Por isso, esse grupo de empresários nos trouxe essa preocupação", relatou o presidente ao construir sua narrativa em defesa da reabertura da economia.
"Queremos colocar o Brasil no lugar que merece no mundo. Não podemos perder a liberdade no Brasil. Não podemos, mais cedo ou mais tarde, assistir saques, manifestações populares em situações sequer próximas a essa. As medidas tomadas é o que está mantendo a população em um equilíbrio de razão acima de emoção. Todos nós com o mesmo propósito, o mesmo ideal. Preocupados com a vida, mas a questão do emprego, da economia, isso também é vida", bradou Bolsonaro.
Segundo representantes da indústria presentes, a ideia é flexibilizar as restrições no setor com a promessa de adoção de todo o protocolo de prevenção à disseminação do novo coronavírus (Sars-Cov-2).
Toffoli disse que já tem conversado com Bolsonaro para que haja "planejamento organizado" para a retomada das atividades econômicas no Brasil em breve, apesar do aumento do número de casos confirmados e mortes por Covid-19 nos últimos dias. Até esta quarta-feira (6), eram 125.218 casos confirmados e 8.536 mortes no País, sendo 615 mortes em 24 horas.
Valedoitaúnas/Informações iG